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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O SAPATEIRO E OS ANÕEZINHOS



O SAPATEIRO E OS ANÕEZINHOS 
De Jakob e Wilhelm Grimm 
Adaptação: Nicéas Romeo Zanchett 
               Naquela cidadezinha havia um sapateiro que, apesar de muito trabalhar, ficou tão pobre que perdeu tudo o que tinha, exceto um pedaço de couro que dava apenas para fazer mais um par de sapatos. Uma noite, ele cortou aquele couro, nos moldes de um bom par de sapatos, mas como estava muito cansado, deixou para cosê-los no dia seguinte. Em seguida foi deitar-se tranquilamente e dormiu. 
               Logo pela manhã, quando o sol ainda não havia surgido, levantou-se, fez suas orações e dirigiu-se para a oficina.  Qual não foi sua surpresa, ao encontrar os sapatos já prontos em cima de uma mesa de trabalho. 
Ficou muito admirado e nem sabia o que pensar. Pôs-se então a examinar aqueles sapatos e verificou que estavam bem acabados como se tivessem sido feitos por mãos de mestre. 
                 Não demorou muito e apareceu um freguês em quem os sapatos ficaram muito bem. Por isso, feliz da vida, pagou um bom preço por eles. 
                  Com o dinheiro recebido daquele cliente, o sapateiro pode comprar mais couro para fazer não apenas um, mas dois pares de sapatos, que certamente venderia com bom lucro. Quando chegou a noite, ele cortou o couro para os dois pares e deixou para cozê-los no dia seguinte, mas isso novamente não aconteceu porque, quando ele se levantou, os dois pares já estavam prontos e logo apareceu um novo freguês, que os comprou  por muito dinheiro. 
                  E dessa maneira, foi possível comprar mais couro suficiente para quatro pares de sapatos. Novamente, no dia seguinte, de manhã bem cedo, ele encontrou os sapatos prontos. E assim sempre acontecia: ele cortava o couro para novos pares à noite e, pela manhã, os encontrava prontos. Em pouco tempo enriqueceu e tornou-se importante. 
                   Uma noite, quando já se aproximava o Natal, ele acabou de cortar couro para novos pares de sapatos, mas antes de deitar-se, disse à esposa: 
                    - Que tal se nós ficássemos escondidos, esta noite, para descobrir quem está fazendo meu trabalho? 
                    Ela concordou e os dois se esconderam num canto da pequena sala, atrás de algumas roupas que estavam penduradas, e ali ficaram espreitando. Assim que deu meia noite, entraram dois anõezinhos, maltrapilhos, que se sentaram, em em frente ao outro, e começaram a trabalhar. Eles cosiam, furavam e martelavam com perfeição e tão rapidamente, que os olhos do sapateiro quase não conseguiam acompanhá-los. Quando terminaram o trabalho, levantaram-se e foram embora. 
                   Na manhã seguinte, a mulher do sapateiro disse ao marido: 
                   - Querido, esses pobres anõezinhos nos tornaram ricos e nós devemos demonstrar-lhes nossa gratidão. Eles estão tão mal vestidos! Com todo esse frio que está fazendo devem passar mal. Vou costurar camisas, casacos, coletes e calças para eles; também farei uma meias de lã e você fará, para cada um, um par de sapatos bem acabadinhos. 
                   O marido concordou de boa vontade e à noite, quando tudo estava pronto, em vez de sapatos cortados, eles deixaram os presentes em cima da mesa e esconderam-se para espreitá-los. 
                    Quando deu meia noite, os anõezinhos entraram, prontos para começar o trabalho. Quando viram  os presentes, ficaram surpresos e, ao mesmo tempo, muito contentes. Apanharam as roupas, vestiram-se e puseram-se a cantar e dançar. 
                       Depois se retiraram e nunca mais apareceram, pois o sapateira já estava rico e não precisava mais deles. 
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MORAL DA HISTÓRIA 
Não se pode deixar de ajudar quem estiver precisando. Mas, tão logo tenha se recuperado, deve andar com as próprias forças. 
Nicéas Romeo Zanchett 
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